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MANUEL PEREIRA DA SILVA (1920-2003)
Manuel Pereira da Silva nasceu no lugar das Portelas, na Rua 14 de Maio, em Vila Nova de Gaia, no dia 7 de Dezembro de 1920. Em Outubro de 1928 iniciou a vida de estudante na Escola Primária de Cabanões. Depois de ter realizado o exame de 2º grau na Escola das Palhacinhas, o pai matriculou-o na Escola Industrial Faria Guimarães (atual Escola Secundária Artística de Soares dos Reis), nas oficinas de marcenaria. Em 1939, ingressa na Escola Superior de Belas-Artes do Porto. Em 1943, termina o curso com a classificação final de 18 valores. A tese de final do curso foi sobre Nuno Álvares Pereira, um dos cavaleiros portugueses mais conhecidos. Durante o curso foi distinguido com os prémios António Teixeira Lopes e António Soares dos Reis. Entre 1947 e 1948, estudou em Paris, na École des Beaux-Arts. Foi professor do ensino secundário entre 1949 e 1991. Na obra do escultor Manuel Pereira da Silva reconhecem-se duas orientações, distintas nos respectivos propósitos estéticos: as peças concebidas em conformidade com a tradição académica do século XIX europeu, em geral respondendo a encomendas, e aquelas que, conservando de uma forma essencial a figura humana como referente, se afastam da sua representação naturalista, antes obedecendo a critérios formais de sentido abstrato, exercitando uma das vias pelas quais o modernismo acedeu à abstracção pura, entendida esta como a criação de formas nas quais não se evidencia, ou não existe de facto, referente figurativo. As primeiras esculturas modernistas de Manuel Pereira da Silva surgiram nos anos pioneiros do abstraccionismo escultórico em Portugal, reconhecidamente protagonizado, a partir do final dos anos 1940, no Porto, por Arlindo Rocha, Fernando Fernandes (escultor) e ainda, alguns anos depois, por Aureliano Lima, a partir da sua mudança de residência para esta cidade. Estes factos conferem, à produção abstracta de Manuel Pereira da Silva, realizada, até com óbvia analogia estilística, no mesmo período e em situação de convívio com os referidos escultores, inquestionável enquadramento geracional, que importa reconhecer.